HUB DO MAR
Concurso Público de Conceção para a Elaboração do Projeto de Reabilitação do Edifício “Hub do Mar”, Equipamento de Investigação e Serviços na Doca de Pedrouços em Lisboa
CONCURSO LANÇADO PELA CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA
A sustentabilidade dos oceanos assume hoje um papel fundamental para o bem-estar e para a prosperidade da Humanidade não só do ponto de vista económico, mas também do ponto de vista ambiental.
A resposta a nível local de Lisboa, no mar como ecossistema de inovação, aceleração e disrupção empresarial, experimentação científica e tecnológica; no desenvolvimento de espaços de ancoragem que favoreçam embarcações de pesquisa e inovação oceânica; e, ao mesmo tempo, como espaço de lazer náutico sustentável, pode devolver o mar e o rio à cidade e reforçar um sector económico com enorme potencial de alavancagem da retoma e diversificação económicas da Cidade. Esta transição para uma nova economia dos oceanos global e sustentável constitui um dos fundamentos do novo Hub do Mar de Lisboa.
A zona do antigo porto de pesca de Pedrouços é um espaço de carácter arquitetónico marcadamente industrial ligado à economia azul, em específico ao setor das pescas, e possui as condições ideais para receber um projeto com dimensão e relevância para Lisboa. O projeto do Hub do Mar de Lisboa, que ocupará o edifício da antiga lota da doca pesca (corpo poente), garantirá a continuidade da identidade daquele lugar ligado ao mar.
1º PREMIADO
Proposta 05 - Risco, Projetistas e Consultores de Design, SA
O júri destaca a notável resolução das exigências formais e funcionais, oferecendo uma articulação entre os principais núcleos do programa e a valorização das características fundamentais do edifício existente.
A proposta revela notável clareza e racionalidade hierárquica nos circuitos e áreas programáticas, destacando-se um profundo entendimento das necessidades técnicas específicas de cada área.
A proposta resolve a totalidade do programa à cota recomendada (+4,60), garantindo a salvaguarda de pessoas e bens em espaços de trabalho e permanência, assegurando contudo, a ligação à cota topográfica exterior (doca) em três pontos específicos.
O corpo proposto no topo nascente assinala de forma inequívoca a entrada principal no Hub do Mar, rematando e valorizando a fachada nascente com a introdução de um volume de proporção e materialidade adequadas. Este apresenta um restaurante com acesso independente, no piso superior, permitindo uma abertura ao público com usufruto de vista sobre o Tejo.
in Júri, Relatório de Apreciação dos Trabalhos de Conceção
2º PREMIADO
Proposta 15 - Furo Circular, Lda.
A proposta destaca-se pela singularidade da transformação da “rua interior” (nave 3) num pátio-jardim, que lhe confere uma acrescida qualidade ambiental. Esta ação é compatível com a preservação da identidade do edifício nas suas principais características (estrutura e fachadas).
Na fachada nascente, a volumetria proposta de ampliação, assinala claramente a entrada principal e apresenta uma boa integração urbana com os espaços exteriores diretos.
Esta solução promove uma eficaz ventilação natural do conjunto bem como uma iluminação natural suplementar aos espaços que lhe são adjacentes.
Numa relação direta com a fachada sul, desenvolve-se o polo de empresas num esquema de open-space alternado com gabinetes encerrados, tirando partido da amplitude espacial, claraboias existentes e galeria de circulação superior da nave 1.
O corpo norte destinado ao “Shared Ocean Labs” apresenta uma distribuição funcional competente adequada às necessidades programáticas.
in Júri, Relatório de Apreciação dos Trabalhos de Conceção
3º PREMIADO
Proposta 09 - André Rodrigues Costa + Martin Benzavidez
O Júri valorizou a boa escala e adequação do remate da fachada nascente, pontuada com um volume esbelto tipo “torre farol”, que confere simbolismo e identidade ao conjunto. Este elemento edificado permite partilhar os conteúdos produzidos pela comunidade científica com o grande público, estabelecendo um eixo de comunicação entre o Hub do Mar e a sociedade civil.
A equipa resolve de forma irreverente a relação do interior da nave com a frente da doca, através da abertura radical da fachada sul, conservando apenas os elementos estruturais que definem o esqueleto da nave 1. Daqui resulta um espaço de coworking luminoso, amplo e com uma relação privilegiada com o Tejo.
Relativamente à resolução do programa do “Shared Ocean Lab”, a proposta denota uma abordagem acertada na articulação das diferentes áreas.
A distribuição do programa tira partido da espacialidade existente, nomeadamente na “rua interior” (nave 3), onde coloca o programa de caráter público em “Open space”.
in Júri, Relatório de Apreciação dos Trabalhos de Conceção